quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Parei, talvez, de odiar o amor. Mas o amor, na verdade, ficou lá. Duro que nem pedra. Daqueles que não vão embora nem com reza brava. Amor adolescente, pensei. Com certeza, se eu virar mulher, esse amor bobinho passa. Amor de menina boba. Tratei, então, de virar mulher. Quem sabe mudando de casa, esse amor não se mudava de mim? Nada feito. Casa nova, cama nova, novas contas pra pagar. E o mesmo coração idiota. O mesmo amor de sempre. Coisa chata, não? Tati Bernardi
Vinte e três horas e dezessete minutos. Eu sei que não deveria estar te ligando, mas eu estive o dia inteiro travando uma batalha comigo mesma e pesando o que seria certo ou errado. Irônico, não? Eu e você nunca fomos muito adeptos do estilo certo ou errado… Mas acontece que hoje de manhã, eu vi você. Sorridente, com aquele brilho no olhar, perumbulando pela cidade cheio de sacolas com enfeites de natal e com ela pendurada com seu ombro. E você parecia estar tão, tão feliz com ela, que por um momento eu senti que tudo aquilo que eu vinha fazendo para ficar bem, tinha sido completamente em vão. Lembra do que eu dizia, não lembra? “Eu nunca vou aceitar que você encontre outra pessoa, que te faça mais feliz do que eu. Nunca.” E eu estava completamente certa, porque eu ainda não aceito. Não aceito que você tenha encontrado um porto seguro em outros braços, senão nos meus. Não aceito que você tenha encontrado alguém que te faz melhor do que eu fiz. Acho que talvez, eu nunca vá aceitar. Eu pensei em entrar no caminho de vocês, só pra ver se você iria me reconhecer… Se o seu olhar iria se encontrar com o meu, e se nessa fração de segundos iria existir algo além de saudade. Da minha parte, ou da sua parte… Tanto faz. Eu só queria que houvesse algo. Uma explosão de sentimentos, uma vontade doentia de correr de encontro a você e dizer tudo que aquilo que ficou entalado na nossa última discussão… Tudo que aquilo que saiu embaçado durante minha última bebedeira, enquanto eu te ligava de madrugada para dizer que você não deveria estar feliz com outra, e sim comigo. Eu queria que ainda houvesse um pouquinho de vontade, e que ela fosse mútua. Mas tudo que eu consegui fazer foi me esconder atrás daquela banquinha de jornal pela qual você passou direto, e te admirar de longe. Eu podia sentir cada pedacinho do meu corpo protestando e gritando para que eu deixasse de ser fraca e corresse atrás daquilo que me pertencia… Mas aí lembrei que já fazia tanto tempo desde que você deixou de pertencer a mim. Lembrei que depois de mim, já passaram tantas garotas novas pela sua cama e pela sua vida. Então, como se eu já não tivesse visto o suficiente, vi você passar os braços em torno dela, como se estivesse apenas tentando mantê-la segura… Como se você fosse capaz de enfrentar qualquer um que tentasse machucá-la, e assim, mesmo sem querer, eu lembrei de quando eu era. De quando era eu que ficava nos seus braços, me sentindo segura. De quando o meu nome era a definição pro seu sorriso, e quando o brilho do teu olhar era o reflexo do meu. E doeu tanto, garoto. Doeu tanto aceitar que eu tinha ficado fazendo parte do passado, mas que por algum erro do destino, você ainda continuava existindo no meu presente. Você dobrou a esquina e desapareceu, e eu continuei ali, parada… Vendo você ir embora de novo. Ouvindo aquele chiado teimoso na minha cabeça, dizendo: Por que você não foi atrás dele? Por que você não puxou ele pelo braço e o roubou para você? Por que você, como sempre, ficou parada vendo ele ir embora? E foi com esse emaranhando de porques na minha cabeça, que eu refiz o caminho de casa e procurei me manter ocupada o dia inteiro. Eu decorei a casa com aqueles pisca-pisca coloridos que você tanto gostava, e depois passei a tarde inteira deitada no tapete da sala, embaixo da árvore de natal lembrando do natal passado… Lembrado que a quase um ano atrás, você estava deitado no meu colo, murmurando coisas sem nexo sobre seus medos infantis e me deixando curiosa sobre o que você havia pedido para o papai noel. Eu te fazia cafuné e com aquele meu jeitinho mimado tentava fazer você falar, sem sucesso. Você sempre me vencia nessas horas, com as suas chantagens baratas… Eu sempre cedia fácil demais, só ouvir aquela sua risada escandalosa e pra ver o seu sorriso vitorioso. Mal sabia você que perdendo, eu ganhava. Eu te juro, te juro que passei o dia inteiro evitando que minha fraqueza fosse maior que minhas promessas de me manter longe… Mas aí então eu lembrei da sua voz, dizendo no meio da madrugada aquilo que eu passara o dia inteiro esperando ouvir. ― Eu pedi você… Eu sempre vou pedir você, amor. Pro papai noel, pro coelhinho da páscoa, no dia das crianças, no meu aniversário… Enquanto eu estiver pulando as sete ondinhas durante o ano novo… Não esquece disso, pequena. Eu sempre vou pedir pra ter você fazendo parte da minha vida. Aí, quando eu me lembrei disso, eu lembrei que eu também pedia por você. Que eu continuava tentando encontrar estrelas cadentes, trevos de quatro folhas, ou horas iguais… Só pra poder fechar os olhos e repetir baixinho: Por favor, me traz ele de volta. Se você soubesse como eu repeti essa frase nos últimos meses, como eu repeti essa frase nessa manhã, como eu estou repetindo essa frase agora mesmo, enquanto o seu celular continua chamando e eu continuo vagando pelos meus pensamentos, tentando encontrar um restinho de razão e bom senso que me faça desligar o telefone e voltar para cama. Eu só queria que você atendesse pra eu poder te dizer que… ― Alô? ― Ah… Oi… (Silêncio. Silêncio. Silêncio.) ― Então… Então eu devia te dizer o que eu vinha planejando até alguns segundos atrás, não devia? ― Pensei em te ligar só para… desejar um feliz natal. ― Mas… O natal é só no mês que vem, anjo. (E eu quase posso enxergar você sorrindo, enquanto morde o lábio e desliza os dedos pelo cabelo, pensando que eu continuo a mesma boba de sempre, incapaz de inventar desculpas melhoras para poder ouvir sua voz. Só mais uma vez.) ― É, eu sei… Essa não é bem a verdade ― Eu gaguejo ― A verdade é que só queria te dizer que… Fico feliz por você estar feliz ― Você permanece em silêncio ― Sabe, eu vi você essa manhã… Do lado dela. ― Ah, então é isso… ― Foi bom te ver. (Silêncio.) Então, como sempre, eu me arrependo. Eu me arrependo de gostar demais do seu sorriso, e dos seus defeitos… Me arrependo de me sentir confortável até mesmo com esse silêncio enlouquecedor insiste em ficar entre nós dois. Me arrependo de desejar o calor do seu corpo durante a noite, e de desejar os seus carinhos pela manhã. Eu me arrependo o tempo todo de não cumprir as minhas promessas. De não ser forte e te deixar partir, mas de ser fraca o bastante para não te pedir para ficar. Eu queria, eu queria muito. (Fica. Fica um pouquinho mais aqui do meu lado, deitado embaixo da árvore de natal, falando bobeiras no meu ouvido e rindo das minhas caretas. Fica só mais um pouquinho deitado no meu colo, pra eu sentir que você é real, que você é meu. Prova pra esse coração tão cansado de amar, que ainda vale a pena. Mostra que ainda existe um restinho de esperança pra esse casal conturbado que se perdeu no meio do caminho. Só, por favor… Não solta da minha mão cedo. Não vai embora da minha vida pela manhã, fingindo que a noite não passou de um sonho bom. Fica aqui comigo, do meu lado. Deixa eu dizer que te amo, e deixa eu acreditar que você me ama também. Só mais um pouquinho, por favor.) Eu queria tanto dizer… Mas aí eu lembro de você sorrindo, feliz. E quem sou eu para estragar a sua felicidade, não é? Quem sou eu para te tirar o céu e te trazer de volta para o meu inferno? Eu penso em perguntar se você já tem o que pedir nesse natal, mas escutar da sua boca que você já tem outros desejos, novas vontades, só sustentaria ainda mais esse masoquismo insano que eu continuo alimentando. Só aumentaria minha vontade de implorar por você, de implorar para que o seu pedido, continue sendo eu. Eu queria tanto te dizer que você ainda me tem, mesmo que distante. Mesmo que esquecida em algum pedacinho escuro e frio do teu coração. ― Eu tenho que desligar. ― Eu sei. Mas… Me diz… Você acha mesmo que se eu pedir algum coisa, no natal, eu posso ganhar? ― O que você pretende pedir? (Você.) ― Alguém. ― Se esse alguém pedir você também ― Você sussurra, suspira, respira fundo. ― E há chances de esse alguém pedir por mim? (Silêncio. Silêncio repleto de saudade, de vontade, de lembranças… Repleto de eu e de você. De nós.) ― Sempre, pequena. Sempre. (tirad do tumblr de Thayla Taieny)
domingo, 27 de novembro de 2011
Eu tenho saudade de mil coisas e todas essas mil coisas sempre caem na mesma única coisa de que eu tenho tanta saudade: das suas histórias. Me faz muita falta ouvir sobre sua vida, suas histórias, seus medos, seus desejos, suas angústias. E como me faz bem saber o quanto você confia em mim, o quanto você se sente bem em conversar comigo.Gosto tanto de lembrar tudo o que vivemos em apenas um ano. As brigas, discussões sem fundamento, os momentos bons, que foram muitos. Aprendi muito com você, coisas que levarei pro resto da minha vida. Lembro que você me ensinou que drama não funciona contigo. (beira o terrorismo)
“E mesmo sorrindo por aí, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é difícil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso.”
Porque você não faz parte da minha vida e eu não me importo mais com isso, já tinha me curado do vicio de falar sobre você e de pensar em você. Mas depois que sonhei com você, sonho esse que estou quase me convencendo que foi o meu subconsciente, me dizendo que eu não me curei porra nenhuma e que eu amo você de uma maneira incrível e contraditória.
“Deixa eu cuidar de você, te mimar e te proteger. Deixa eu te fazer feliz, conseguir um sorriso teu e saber de cór cada medo seu… Deixa eu. Deixa eu brincar de não te querer, deixa eu falar sem saber, deixa eu te amar do jeito que só eu sei fazer. Deixa eu te odiar por apenas cinco minutos, deixa eu gostar dos seus defeitos muitos, deixa eu ser louca por você. Deixa eu respirar um ar puro, deixa eu ficar em cima do muro, deixa eu voltar para você todos os dias antes de o Sol se pôr. Deixa eu te apelidar, irritar e encorajar. Deixa eu. Deixa eu sentir saudade, explodir de felicidade e deixa eu te adorar. Deixa eu fazer as coisas de que mais gosto neste mundinho. Deixa eu, amor.”
Só ele conheceu uma mulher corajosa que admitiu todos os medos, todas as neuroses, todas as inseguranças, toda a parte feia e real que todo mundo quer esconder com chapinhas, peitos falsos, bundas falsas, bebidas, poses, frases de efeito, saltos altos, maquiagem e risadas altas. Ninguém nunca me viu tão nua e transparente como você, ninguém nunca soube do meu medo de nadar em lugares muito profundos, de amar demais, de se perder um pouco de tanto amar, de não ser boa o suficiente. Só ele viu meu corpo de verdade, minha alma de verdade, meu prazer de verdade, meu choro baixinho embaixo da coberta com medo de não ser bonita e inteligente. Só para ele eu me desmontei inteira porque confiei que ele me amaria mesmo eu sendo desfigurada, intensa e verdadeira, como um quadro do Picasso.
sábado, 26 de novembro de 2011
"Eu tenho um milhão de motivos pra fugir de pensar em você, mas em todos esses lugares você vai comigo. Você segura na minha mão na hora de atravessar a rua, você me olha triste quando eu olho para o celular pela milésima vez, você sente orgulho de mim quando eu solto uma gargalhada e você vira o rosto se algum homem vem falar comigo. Você prefere não ver, mas eu vejo você o tempo todo." [Tati Bernardi]
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
"E eu diria a ele, que mesmo depois de ter conhecido homens que não gritavam quando eu acendia a luz do quarto, não amavam os amigos acima de, não espirravam de uma maneira a deixar um fio de meleca pendurado no nariz, não usavam cueca rosa, não cantavam tão mal e tampouco cismavam de imitar o Led Zeppelin, não tinham a mania de aumentar o rádio quando eu estava falando, não ligavam se eu confundisse italiano com espanhol e argentino, nomes de capitais, movimentos artísticos, datas de revoluções e nomes de queijo, era ele que eu amava, era ele que eu queria. E ele me diria que, mesmo depois de ter conhecido mulheres que conheciam a Europa e não entupiam o ralo com cabelos, mulheres que tinham nascido em bairros nobres e charmosos de São Paulo, ou melhor, do Rio de Janeiro, mulheres que arrumavam a cama e não demoravam tanto para sentir prazer, não entravam de sapato no carpete, não tinham medo de cachorros pequenos, não reclamavam do ar-condicionado e nem tinham medo de perder a mãe ou comer uma comida muito temperada, era eu que ele amava, era eu que ele queria…"
terça-feira, 22 de novembro de 2011
"Não, eu não quero ser medíocre, não. Deus não me deu esse estômago enjoado, essa alergia encantada de vida e esse coração disparado à toa. Eu devo ser especial, eu devo ter algum talento. Não, eu não quero ser medíocre, não eu não quero desistir, não quero optar pelo caminho mais fácil, não quero que a energia negativa me enterre."
"Quero ter certeza, ali no fundo da alma dele, de que ele me ama. Quero que ele saia correndo quando meu peito amargurado precisar de riso. Que ele esqueça, de vez em quando, seu lado egoísta, e lembre do meu. Que a gente brigue de ciúmes, porque ciúmes faz parte da paixão, e que faça as pazes rapidamente, porque paz faz parte do amor. Quero ser lembrada em horários malucos, todos os horários, pra sempre."
"Tem que sofrer muito minha filha, tem que ser largada por um milhão de homens e vê se aprende que amor não se implora. Vê se aprende que se ele gosta, uma frase no orkut não significa nada. Vê se aprende que se ele não gosta, você pode escrever até o RG dele no seu facebook, ele nem vai ter a capacidade de ler. Aprende. Aprende. Aprende que dói menos." Tati Bernardi
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